quarta-feira, 20 de abril de 2011
Armando Freitas Filho
"Escritório irritante"
Não acho nada, nem o que não
procuro, nenhum livro se abre
e os que se abrem, raivosos
não prestam para o momento.
Se apertam nas estantes, se
embaralham, fora de ordem
se precipitam, suicidas
mortos, amarrotados, muitos.
Não os lerei mais, morri
com eles, minhas marcas
no pó das passadas páginas
se desbotam, os personagens
idem, a flor no papel de poema
se fecha, furada por traças.
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