Às vezes é preciso abandonar o barco,
A luta, o carrossel, o circo inteiro,
E partir como ave migratória para o norte
Em busca de terras de verão e sol,
Mas quando isto for preciso
Que se faça com rosto limpo,
A face descoberta e voltada para a frente,
Que não haja mentiras nem tristeza.
Queimem-se as lembranças, quebrem-se
As garrafas; enterrem-se cinzas e cacos.
Seja-se até os ossos mais frágeis
Uma ave migratória: a volta existe
Mas é outra história, e não desculpa
A permanência no ponto de partida.
sábado, 23 de abril de 2011
Flávio Aguiar, "Às vezes ..."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário