segunda-feira, 18 de abril de 2011
Walt Whitman
"Vi uma aranha silenciosa e paciente ..."
Vi uma aranha silenciosa e paciente
Isolada num pequeno promontório
Que, para explorar os amplos e desertos arredores,
Emitia filamentos e filamentos e filamentos de seu próprio
corpo,
Desenrolando-os sempre, sempre velozmente.
Também tu, ó minha alma, aí onde estás, esperas
Cercada, desgarrada, em imensuráveis oceanos de espaço,
Incessantemente divagando, especulando, procurando
esferas para a conexão,
Até que a ponte de que precisas se forme, que a âncora
maleável se encrave,
Que o fio da teia que lances a algo se entrelace, Ó minha
alma.
Tradução de Jorge Wanderley
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