sábado, 14 de novembro de 2015

Alexei Bueno, "Moto perpetuo"


            Todo poema
É o último do mundo.
A tentativa extrema,
O crucial segundo.

            Por fim, escrito,
Pétreo, Coagulado,
As larvas do não dito
Postam-se a cada lado.

            E tudo é falta.
A fonte exige a bilha
Sem fundo, e eis que nos assalta
A horrenda maravilha.

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