Homem afeito às solidões terrenas!
Olha, em torno, o deserto que te oprime,
E hás de sentir que, em teu vazio, apenas,
Pesam teus dias, à feição de um crime.
Assim, batido de um simum* de penas,
Sem que te salve o Amor, grande a sublime,
Se ao fulgor das miragens te asserenas,
O infinito da ideia te comprime...
E ouve: por mais que, em sonhos delirantes,
Busques, além, como um deslumbramento,
Os teus oásis de ilusões distantes,
Verás tão só, no espaço em que te enleias,
A inútil vastidão do firmamento
Sobre a humildade inútil das estrelas!
*Simum - Vento quente e forte do deserto.
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