segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Ruy Espinheira Filho
"Janeiro"
Janeiro descia com as chuvas e inventava besouros.
e borboletas e pássaros e girinos e
caminhávamos descalços no barro
e lá estavam as lavadeiras com suas coxas
morenas e fortes como a água
e que todas as noites me assombravam
calidamente.
Janeiro soprava um vento de primeiro instante de tudo
e o que respirávamos se chamava manhã
e foi
o que eu quis te ofertar porque eras tão bela.
Mas isso aconteceu depois, Depois
como agora.
E é para sempre
para nunca mais
este exílio.
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