quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Jorge de Lima, "Agora os girassóis entardecidos ..."
Agora os girassóis entardecidos,
e esse lírio e essa rosa tão exangue
e essa mancha de símbolos sombrios
quase como um desmaio ou leve sangue.
Sobre os bosques caiu a tarde cinza
e a estrela temporária se augurou;
pendem das hastes cálices noviços,
e a cansada corola se esboroou.
E os cílios baixam gotejando chuvas
sobre os vidros das horas enterradas
com os momentos dos crimes e virtudes.
Algum arroio corre com essas lágrimas
mas tão ligeiro pela escarpa aguda
que os olhos de quem vê nunca vêem nada.
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