terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Joaquim Nunes Claro, "Soneto"
És outra sempre! Dentro do meu peito
Tu mudas tanto que eu procuro em vão
Fixar mesmo que seja um só defeito
Da tua fugitiva imperfeição.
Sempre esmagado, todo em pó desfeito,
Continuamente, pela minha mão,
Eu acho assim teu coração perfeito
Por nunca ser o mesmo coração.
Se, no fim de algum beijo, me enfadaste,
Quando eu ia dizê-lo, tu mudaste,
E vi-me em frente doutra mocidade;
Sempre incompleto, o meu coração não cansa:
- Mal acabo de ter-te como esp´rança,
Já te tenho a chorar como saudade!
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