terça-feira, 1 de abril de 2014
Carlos Machado, "Garrafa de náufrago"
não procures
teus objetos perdidos
nas gavetas
do implausível
tua aliança de ouro
que caiu no mar
(ou no bar?)
o guarda-chuva esquecido
no ônibus
o bibelô de estimação
que abriu a terra e sumiu
não busques a sombra
desses fantasmas:
os ácidos do tempo
diluíram tudo
guarda apenas
em tua caderneta de campo
que um dia tiveste
um anel
um guarda-chuva ou
um bibelô de estimação
e se quiseres terminar
a história com
um toque melodramático
escreve um bilhete
e lança no Tietê
uma garrafa de náufrago
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