domingo, 8 de março de 2015
Eduardo Guimarães, "Desejo"
Desejo, desejo vago
de ser a tarde que expira,
ser o salgueiro do lago,
onde a aragem mal respira.
Ser a andorinha que voa
e vai, ser o último raio
de sol... e o sino que soa.
Ser o frescor do ar de maio.
Ser o eco da voz distante
que além se extingue dolente
ou essa folha que, errante
ao vento, cai dormente...
Ser o reflexo disperso
dum ramo n'água pendido,
fluído e belo como um verso
que cante mas sem sentido!
Ser o silêncio, esta calma.
Breve momento impreciso.
Ser um pouco da tua alma...
um pouco do teu sorriso.
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