Desta vergonha de existir ouvindo,
Amordaçado, as vãs
palavras belas,
Por repetidas
quanto mais traindo
Tornadas vácuas
da beleza delas;
Desta vergonha
de viver mentindo
Só porque escuto
o que dizeis com elas;
Desta vergonha
de assistir medindo
Por elas as
injúrias por trás delas
Ao mesmo sangue
com que foram feitas,
Ao suor e ao
sémen por que são eleitas
E à simples
morte de chegar-se ao fim;
Desta vergonha
inominável grito
A própria vida
com que às coisas fito:
Calai-vos,
ímpios, que jurais por mim!
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