O sol galopa fogoso
sobre os telhados.
Árvores transpiram
pensativas.
A calçada,
castigada,
estende ao sol
sua palma de cimento.
A praça se encolhe
à sombra dos abrigos.
Pernas viajam
para o centro do dia.
Um homem dobra
seu suor
numa esquina.
Buzinas
retalham
o perfil dos edifícios.
Sensação de abandono amarela.
Bebo,
sob a marquise,
um copo de sombras.
Fortaleza corre para os terraços,
para o sol
esquivo da hora
enorme do almoço.
(O calor das coisas
a pino
remodela
o rosto do invisível.)
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