segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Jorge de Sena, "Independência"
Recuso-me a aceitar o que me deram.
Recuso-me às verdades acabadas:
Recuso-me, também, às que tiverem
Pousadas no seu fim as sete espadas.
Recuso-me às espadas que não ferem
E às que ferem por não serem dadas.
Recuso-me aos eus-próprios que vierem
E às almas que já foram conquistadas.
Recuso-me a estar lúcido ou comprado
E a estar sozinho ou estar acompanhado.
Recuso-me a morrer,. Recuso a vida.
Recuso-me à inocência e ao pecado
Como a ser livre ou ser predestinado.
Recuso tudo, ó Terra dividida.
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