terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Donizete Galvão, "Lições da noite"
Antes de sair de casa,
mesmo com o sol ainda alto,
convém preparar
a lamparina.
Enchê-la de querosene,
subir-lhe um tanto o pavio
e deixá-la bem perto da porta.
Antes de se ir para a cama,
todo cuidado é pouco:
há que apagar
a lamparina.
Sua fumaça desenha abstrações
que marcam a cal da parede
e tingem de negro nossas narinas.
Quando a luz é precária
e as sombras têm poderes,
tateia-se pela casa a buscar
a lamparina.
A brevidade de sua chama
e a baixa luz com que nos ilumina
lembram-nos de que a noite é nossa sina.
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