Alguém me disse que as aves choram
quando lhes falta o mar
por muito tempo. Não me parecem
tristes. Triste sou eu
diante das vagas
de quando fui jovem. A sombra delas na areia
tem o mesmo desenho
que meus olhos viram quando havia
paisagens. Agora,
sentado na minha rocha,
já não sei se vejo a natureza
ou se ela me vê a mim. Somos
a mesma boca, o mesmo olho obscuro
que reproduz a sombra e a sua luz.
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