domingo, 2 de março de 2014
Miguel Torga, "Procura"
Perdi-me tanto, que já não me encontro.
Agulha humana que se foi sumindo
No palheiro do tempo,
Hoje, amanhã, depois
= Aqui a meninice ,
Ali a mocidade -
Não houve sombra que não me cobrisse,
Nem sol que me trouxesse a claridade.
Mas não posso, nem quero conformar-me.
E como um cão fiel que escava a sepultura
Do dono,
Assim, desesperado,
Eu tento Desenterrar
A imagem do que sou, de não sei que momento
Ou que lugar...
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