domingo, 4 de janeiro de 2015
Frederico Barbosa
"Desexistir"
quando eu desisti
de me matar
já era tarde.
desexistir
já era um hábito.
já disparara
a auto-bala:
cobra-cega se comendo
como quem cava
a própria vala.
já me queimara.
pontes, estradas,
memórias, cartas,
toda saída dinamitada.
quando eu desisti
não tinha volta.
passara do ponto,
já não era mais
a hora exata.
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