quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Paulo Henriques Britto, "2º poema do 'Tríptico com hotel e sirene""
Esta é a hora inaugural da noite.
Toda a energia esbaldada do dia
agora se recolhe compungida
por trás de persianas. Seis e oito.
Escurece. Os prédios olham de esguelha
pro trânsito feroz domesticado
a custo. Uma sirene desgrenhada
se esvai, desafinando. Seis e meia.
Alguém no quarto ao lado liga o rádio.
No corredor, uma risada breve
responde a um inaudível comentário.
Mais risos soltos: a noite promete.
Lá fora está escuro - estamos em maio,
o inverno se aproxima. Quase sete.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário