Esbelta surge! Vem das águas, nua,
Timonando uma concha alvinitente*!
Os rins flexíveis e o seio fremente...
Morre-me a boca por beijar a tua.
Sem vil pudor! Do que há que ter vergonha?
Eis-me formoso, moço e casto, forte.
Tão branco o peito! - para o expor à Morte...
Mas que ora - a infame! - não se te anteponha.
A hidra** torpe!... Que a estrangulo! Esmago-a
De encontro à rocha onde a cabeça te há-de,
Com os cabelos escorrendo água,
Ir inclinar-se, desmaiar de amor,
Sob o fervor da minha virgindade
E o meu pulso de jovem gladiador.
* alvinitente: Branco brilhante; branco imaculado.
**Hidra: Nome dado outrora às serpentes de água doce.
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