Cigarro, sim, mas, uma
após outra, asfixiando-me
ao deliciosamente
adulterarem o ar —
álcool também, mas, pouco
a pouco, submetendo-me,
conforme eu me entorpeço,
à sua própria lógica —
açúcar, sim, mas, dia
a dia, deformando-me
perversas ao sabor
de seu letal sabor —
sexo também, mas, cada
vez mais, pondo em perigo
quanto restou do meu
sistema imunológico —
sobremaneira e, embora
mereçam, tendo em vista
tudo o que, além do esôfago,
traquéia, reto e uretra,
carcomem, a advertência
de que à saúde causam
irreparáveis danos,
viciam-me as palavras.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Nelson Ascher, "Vício"
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