sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Carlos Pena Filho, "Soneto da sexta-feira da Paixão"
Morto. Como também já morre o dia
mas continua a ser noutros lugares?
Ou morto diariamente nos altares
Por ser diversa a morte que morria?
O corpo morto: azul melancolia
do mesmo azul perdido pelos ares,
Vivo azul sobre os campos sobre os mares,
Sobre a clara manhã ou a hora tardia.
Um corpo morto. Um corpo morto de homem
Igual a esses cadáveres de guerra
Que as batalhas atraem e consomem?
Ou um que junta o mundo à sua sorte,
Contempla a sombra em torno e desce à terra
E morre em solidão e vence a morte.
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