quinta-feira, 14 de maio de 2015
Carlito Azevedo
"Sob o duplo incêndio"
Sob o duplo incêndio
da lua e do neon,
sobre um parapeito de
mármore, entre duas cortinas
jogadas pela brisa marinha
que ao mesmo tempo às suas
coxas e costas dispensava
um hálito incontínuo,
inundando de rubro o restrito
perímetro de seu jarro em cerâmica
e contrastando, imemorial, com a
transitoriedade de tudo ali
(hotel, amor, carros, dia, noite)
uma flor alheia a símbolos
atingia seu ponto máximo
de beleza.
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