quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Jorge Luis Borges, "de que nada se sabe"
A lua ignora que é tranquila e clara
E nem ao menos sabe que é a lua;
A areia, que é areia. Não há uma
Coisa que saiba que sua forma é rara.
Tão alheias são as peças de marfim
Ao abstrato xadrez como a mão
que os rege. Talvez o fado humano
De breves sortes e penas sem fim
Seja instrumento de Outro. Nós o ignoramos;
Dar-lhe nome de Deus não traz defesa.
Vãos também são o temor, a incerteza
E a truncada oração que iniciamos.
Que arco terá lançado esta seta
Que sou? Que cume pode ser a meta?
Tradução de Josely Vianna Baptista.
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