sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Luís Antonio Cajazeira Ramos,"Nunca mais serei eu mesmo"


Cada último poema é o último, pois
nada há mais a dizer depois, pra nunca mais,
que sempre, se me entrego ao verso, é totalmente
- mais nada sobra em mim, vazado, mais que sempre.

Toda em cada verso, a poesia (que mistério)
nunca se esgota ou esvai, pois, com seu próprio lastro,
está pra sempre inteira, pronta a um novo verso
- e cada novo poema é o novo! ... e eu sou o resto.

Se me dou por inteiro, o que sobra de mim?
Se me fluí no verso, perdi-me de vez...
- vez que, na alma do verso, só está quem o lê.

Sendo assim (que destino, esse meu!), pra me ter,
devo ler-me a mim mesmo no verso que fiz
- eu, que tenho essa imensa poesia a viver!...


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