segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Lúcio Cardoso, "O Tempo"
Sentou-se, e já partia olhando a bruma.
Havia copos brilhando na manhã.
Errava um cheiro de incenso.
Quem era, o coração apaziguado?
Levantou-se, e toda luz
arrastou-se aos seus pés. Inerme,
luz vencida, hora transposta,
além do jardim, além.
Havia bruma.
Nem ficou nem partiu. Olhando
continuou a desmantelar-se.
Não era real; viveu o segundo
e floresceu alto como uma rosa.
Desfez-se virgem.
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